INICIOS DA RENASCENÇA EM PORTUGAL
QUINTA E PALACIO DA BACALHÔA
EM
AZEITÃO
MONOGRAPHIA HISTORICO-ARTISTICA
POR
JOAQUIM RASTEIRO
Membro da commissão dos monumentos nacionaes
LISBOA
IMPRENSA NACIONAL
1895
A quinta de Vila Fresca foi paço real. Foi comprada pelo infante D.João, filho de D. João I, em 1427. Herdou-a sua filha, D. Brites, mãe do reiD. Manuel, que alargou as casas aí construídas e as usou durante asinúmeras paragens de repouso feitas no percurso entre o seu ducado de Bejae a corte.
Com Brás de Albuquerque—a quem o rei D. Manuel mandou mudaro nome para o do seu pai, Afonso de Albuquerque, para que a lenda dogrande conquistador da Índia se eternizasse—esta quinta de recreiotransformou-se numa verdadeira homenagem ao herói do Oriente. Numprograma renascentista, perfumado pelos ventos das especiarias, enaltecem-se“aqueles que da lei da morte se foram libertando”, honrando a figura doGrande Albuquerque. Nesses longínquos tempos do século XVI construíram-secasas dedicadas aos prazeres da vida, juntaram-se espaços simbólicos eplantou-se uma vinha.
O vinho, símbolo de ressurreição, da natureza que se renova, dá umaprova de eternidade. O Bacalhôa continua os desejos idealizados por Brás deAlbuquerque. Casa o prazer da contemplação com o gosto do eterno.
O extremo prazer de mistério e de descoberta, que ao longo dosúltimos anos me tem feito viver uma dedicação especial ao Palácio e Quintada Bacalhôa, levou-me a passar um pouco da sua história, através destesexemplares que partilho consigo.
Deste momento artístico de maior relevo em Portugal, apresentamosnesta oferta, o passado, o presente e o futuro da sua história com asverdadeiras reproduções das imagens existentes.
Convido-o a saborear os famosos vinhos do Palácio da Bacalhôa eQuinta da Bacalhôa, mostrando que o Palácio e Quinta da Bacalhôacontinuam a marcar a história contemporânea de Portugal.
J. M. R. Berardo.
Não foi meu propósito fazer um livro. A admiração estranha pelasedificações da quinta de Albuquerque, filho, chamou os meus rep